quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Justiça proíbe UEM de usar animais em experiências






FOLHA.COM 19/10/2011 13h05

A Justiça Estadual do Paraná suspendeu preventivamente o uso de cães da raça beagle em experiências científicas na UEM (Universidade Estadual de Maringá).

A decisão acata pedido do Ministério Público do Paraná, que acusou a universidade de maus-tratos contra animais.

Os beagles são usados em experimentos de periodontia e implantodontia, porque têm os tecidos da boca semelhantes aos dos humanos. De acordo com a UEM, os animais têm entre um e dois anos de idade e, após os experimentos, são acompanhados por até seis meses. Depois, são sacrificados com uma overdose de anestésico.

O Ministério Público afirma que os cachorros são mantidos "em condições precárias de higiene" e recebem doses insuficientes de anestésico, passando por "sofrimento óbvio e desnecessário".

A universidade nega os maus-tratos e afirma que os protocolos de pesquisa são feitos para anular sofrimento dos cães, e que todos os procedimentos passam pelo crivo do comitê de ética em pesquisa da instituição.

O juiz da 5ª Vara Cível de Maringá, Siladelfo Rodrigues da Silva, entendeu que "os preceitos mínimos de cuidado com os animais não estão sendo observados" pela UEM, com base nos fatos apresentados pelo Ministério Público.

"A lei [...] possibilitou que pesquisadores pudessem realizar experimentos científicos em animais desde que não haja outro meio alternativo capaz da obtenção dos mesmos resultados", afirmou o juiz. "Porém, as pesquisas científicas realizadas pela ré já estão sendo empregadas em humanos."

A decisão, que suspendeu o uso de cães beagle e de qualquer outro animal pelo curso de odontologia, é liminar (tem caráter temporário) e vale até que se julgue o mérito da ação. Silva determinou multa de R$ 5.000 por dia caso haja descumprimento da determinação.

A UEM informou que não foi notificada da decisão e que, portanto, não vai se manifestar a respeito.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amizade Verdadeira

O c












Cão Shura dá uma lambida no veado órfão Foto: Reuters
Um cachorro e um filhote de veado órfão viraram melhores amigos no zoológico da cidade Simferopol, na Ucrânia. O simpático cãozinho, de nome Shura, é bastante carinhoso com o novo morador do zoo. O veado foi encontrado perto de sua mãe, que estava morta em uma floresta da região. É ou não é uma amizade verdadeira?

terça-feira, 4 de outubro de 2011

4 de Outubro - Dia de São Francisco de Assis e dos Animais


Quatro de outubro é o Dia dos Animais, a mesma data em que se festeja o dia de São Francisco de Assis. E não é coincidência, pois esse santo é o protetor dos animais. Ele sempre se referia aos bichos como irmãos: irmão fera, irmã leoa. São Francisco de Assis também amava as plantas e toda a natureza: irmão sol, irmã lua... São expressões comuns na fala do santo, um dos mais populares até os nossos dias.
Nascido na cidade de Assis, em 1182, Francisco (quando ainda não era santo) tentou ser comerciante, mas não teve sucesso. Nas cruzadas, lutou pela fé, mas com objetivos individuais de se destacar e alcançar glórias e vitórias.
Até que um dia, segundo contam livros com a história de sua vida, Francisco recebeu um chamado de Deus, largou tudo e passou a viver como errante, sem destino e maltrapilho. Desde então, adotou um estilo de vida baseado na pobreza, na simplicidade de vida e no amor total a todas as criaturas.
Dia dos Animais

O surgimento dos animais

Para falar do surgimento dos animais temos que lembrar a escala geológica da terra. Os paleontólogos (que estudam os animais e vegetais fósseis) remontam a vida no planeta ao período chamado pré-Cambriano, a época das primeiras coisas viventes, 3,6 bilhões de anos atrás.
Na era Paleozóica (mais ou menos entre 500 e 300 milhões de anos atrás) em seu primeiro período, o Cambriano, surgiram a vida marinha e os primeiros vertebrados. Em seguida, no período Ordoviciano, surgiram os primeiros corais catalogados e outros seres da vida marinha (chamados de briozoários). No Siluriano, surgiram as primeiras plantas e os animais invertebrados. No Devoriano, os primeiros anfíbios, insetos e peixes. No Carbonífero, os primeiros répteis. No Permiano, houve a extinção de muitos animais.
Atribui-se à era Mesozóica (perto de 250 a 65 milhões de anos atrás), período Triássico, o aparecimento dos primeiros dinossauros e mamíferos; ao Jurássico, dos primeiros pássaros e mais e mais dinossauros; porém no período Cretáceo, dinossauros e outros organismos foram extintos. Dinossauros representavam menos de 10% dos mais de 40 grupos de répteis da Era Mesozóica.
Vêm da Era Cenozóica (de 65 milhões de anos atrás até nossos tempos), período Paleogeno, o surgimento dos tipos modernos de plantas floríferas e a expansão e diversificação de mamíferos. No período Neogeno, o homem moderno se espalhou por todo o planeta, mas muitos mamíferos desapareceram.
Cientistas acreditam também que há cerca de 65 milhões de anos aconteceu um grande impacto no planeta, causado pela queda de um asteróide, alterando a superfície da terra e com resultados ambientais tão devastadores que muitos seres vivos não conseguiram sobreviver. Há correntes científicas que acreditam nesse impacto, mas não o consideram a única causa da extinção dos dinossauros na Era Mesozóica. Pelos registros fósseis, a diversidade entre eles já estava em declínio no final do Cretáceo.
Mas os dinossauros são o melhor exemplo de sucesso e adaptação. Eles estiveram no planeta por mais tempo do que qualquer outro animal terrestre (por mais de 150 milhões de anos) e deram origem aos pássaros.
O que costumamos aprender comumente sobre os eles, em livros, cinema e TV, nem sempre é 100% correto, existe muita informação desatualizada e mesmo incorreta, muitas vezes sem por exemplo uma revisão de paleontólogos, os especialistas em estudá-los.
O assunto desperta grandes paixões e vale a pena aprofundar os conhecimentos sobre ele.

Quem poderia imaginar?

A primeira classificação dos animais, como conhecemos hoje, se deu em 350 a.C., com Aristóteles. Este filósofo grego catalogou, na época, 500 espécies. Ele já considerava o golfinho, por exemplo, um bicho da terra, explicando que, ao contrário dos peixes, ele amamentava os seus filhotes. Assim como as baleias, o golfinho se desenvolveu, de fato, em terra firme, migrando depois para o mar.
Mal podia imaginar o sábio Aristóteles que, num futuro distante, esses mesmos golfinhos estariam ameaçados de extinção, necessitando de projetos voltados para a proteção das espécies, a fim de evitar o pior, ou seja, o extermínio. Aqui mesmo no Brasil, a noroeste da principal ilha do arquipélago de Fernando de Noronha, na costa pernambucana, os chamados golfinhos-rotadores são objeto de preocupação e cuidados de pessoas e entidades que se dedicam ao ecoturismo naquela região.
Os golfinhos-rotadores ganharam esse nome por conta das inúmeras acrobacias executadas ao saltarem e mergulharem na água. Tipo de comportamento alegre, ainda não entendido pelos estudiosos, podendo ser desde uma mera brincadeira até uma sinalização acústica.
As maiores ameaças a esses mamíferos marinhos são, além de um turismo não controlado, degradando e poluindo o habitat natural, as capturas acidentais e também intencionais dos pescadores. Já nas Filipinas, na Austrália e Venezuela, por exemplo, a captura desses animais tem como objetivo aproveitar a gordura do golfinho para usar como isca na pesca do tubarão.

Nem sempre foi assim

Em tempos remotos, a quantidade de animais e plantas no planeta era tanta, que o homem não chegava a representar qualquer tipo de ameaça às espécies existentes. Hoje em dia, no entanto, a situação é bem outra: somos mais de seis bilhões de pessoas no mundo, com práticas e atitudes que vêm diminuindo a população dos animais e também a das plantas e organismos vivos da terra.
O comércio ilegal de inúmeras espécies, além da destruição dos ecossistemas naturais, vêm a ser as duas grandes ameaças à sobrevivência da vida silvestre. No Brasil, são mais de 200 espécies da fauna e mais de 100 da flora que estão condenadas à extinção, caso nenhuma medida seja tomada a respeito com o intuito de protegê-las. Entre os vegetais, o mogno é uma árvore sob ameaça de desaparecer, assim como a arara azul e o mico-leão-dourado são animais em vias de sumir do planeta. Mexer com a flora é também mexer com a fauna, desequilibrando a relação bicho-habitat.

Animais também têm direitos

"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, neste dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a humanidade".
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Como vocês podem ver, há cinco séculos já havia a preocupação com os animais. Mas foi só em 1978 que os seus direitos foram registrados, quando a UNESCO aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Animal. O Dr. Georges Heuse, secretário geral do Centro Internacional de Experimentação de Biologia Humana e cientista ilustre, foi quem propôs esta Declaração. Você confere a seguir o texto do documento, que foi assinado por vários países, inclusive o Brasil.

Declaração Universal dos Direitos do Animal

Art. 1º - Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Art. 2º - O homem, como a espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando este direito; tem obrigação de colocar os seus conhecimentos a serviço dos animais.
Art. 3º - Todo animal tem direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem. Se a morte de um animal for necessária, deve ser instantânea, indolor e não geradora de angústia.
Art. 4º - Todo animal pertencente a uma espécie selvagem tem direito a viver livre em seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático, e tem direito a reproduzir-se; Toda privação de liberdade, mesmo se tiver fins educativos, é contrária a este direito.
Art. 5º - Todo animal pertencente a uma espécie ambientada tradicionalmente na vizinhança do homem tem direito a viver e crescer no ritmo e nas condições de vida e de liberdade que forem próprias de sua espécie; Toda modificação deste ritmo ou destas condições, que forem impostas pelo homem com fins mercantis, é contrária a este direito.
Art. 6º - Todo animal escolhido pelo homem como companheiro tem direito a uma duração de vida correspondente à sua longevidade natural; Abandonar um animal é ação cruel e degradante.
Art. 7º - Todo animal utilizado em trabalho tem direito à limitação razoável da duração e intensidade desse trabalho, alimentação reparadora e repouso.
Art. 8º - A experimentação animal que envolver sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de experimentação médica, científica, comercial ou de qualquer outra modalidade; As técnicas de substituição devem ser utilizadas e desenvolvidas.
Art. 9º - Se um animal for criado para alimentação, deve ser nutrido, abrigado, transportado e abatido sem que sofra ansiedade ou dor.
Art. 10º - Nenhum animal deve ser explorado para divertimento do homem; As exibições de animais e os espetáculos que os utilizam são incompatíveis com a dignidade do animal.
Art. 11º - Todo ato que implique a morte desnecessária de um animal constitui biocídio, isto é, crime contra a vida.
Art. 12º - Todo ato que implique a morte de um grande número de animais selvagens, constitui genocídio, isto é, crime contra a espécie; A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
Art. 13º - O animal morto deve ser tratado com respeito; As cenas de violência contra os animais devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se tiverem por finalidade evidenciar ofensa aos direitos do animal.
Art. 14º - Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem ter representação em nível governamental;
Os direitos do animal devem ser defendidos por lei como os direitos humanos.
Fonte: www.ibge.gov.br

4 de Outubro - Dia dos Animais - Dia de São Francisco de Assis



Em 4 de outubro comemora-se o Dia de São Francisco de Assis, considerado o padroeiro dos animais. De fato, é comum encontrar nas sedes das entidades de proteção animal imagens do santo italiano. Por sua relação de amor e respeito aos animais, a data serve também para comemorar o Dia Mundial dos Animais.
Francisco de Assis viveu na Itália entre os séculos XII e XIII. Durante a juventude levava a vida como um rico filho de comerciante. Então, converteu-se e passou a trabalhar com um grupo de discípulos (que ficaram conhecidos como franciscanos), todos devotos da pobreza evangélica.
Dia dos Animais
Ele tinha uma relação muito especial, de muito respeito com os animais. No Cântico das criaturas, São Francisco de Assis louva a Deus por todas as criaturas, o sol, a lua, as estrelas... Há alguns anos o Papa João Paulo II decretou São Francisco de Assis como o padroeiro da ecologia, pelo reconhecido amor a todas as criaturas. Francisco de Assis foi sepultado em 4 de outubro de 1226 e canonizado em 1228. Em comemoração à data, durante este mês várias entidades de proteção animal organizam eventos sobre bem-estar animal e cerimônia de bênção aos animais.
Ao analisar a relação homem-animal ao longo da história da humanidade, percebemos que muitos erros e atrocidades foram cometidos contra os animais, por falta de conhecimento, pela ganância ou em nome de tradições culturais.
Dia dos Animais
Com o desenvolvimento de estudos, análises e teorias sobre comportamento animal, o homem passou a modificar sua postura, pois percebeu que os animais também sofriam e sentiam medo, dor e angústia. Isso aconteceu graças ao trabalho dos cientistas e estudiosos do comportamento animal e dos defensores de animais - pessoas que, mesmo sem nenhuma formação acadêmica, lutam pelos direitos dos animais, tirando-os das ruas, protegendo-os, criando e cuidando de abrigos.
Ainda hoje vemos situações que não podem ser aceitas sem pelo menos o sentimento de forte indignação, abrigos superlotados com animais abandonados à própria sorte por seus donos, maus-tratos, envenenamentos, venda ilegal de animais silvestres, rodeios, touradas, farra do boi, ursos torturados na China, circos, feiras de animais sem controle sanitário, uso de animais em testes para cosméticos, projetos de lei que perpetuam os maus-tratos e uso em experiências científicas.
Por isso, vamos aproveitar a data para refletir por alguns instantes sobre tudo aquilo que devemos aos animais, sobre todos os erros cometidos até agora. Existe um caminho a ser seguido, que é o respeito a todas as formas de vida, tanto aos aspectos mais básicos, como abrigo e alimentação, quanto ao direito a afeto, liberdade e à vida.
Fonte: www.jornalpontofinal.com.br

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nunca mais acontecerá uma tourada em Barcelona






Nunca mais acontecerá uma tourada em Barcelona

Acabou a tortura
Os ativistas pelos direitos dos animais estão em festa na Espanha e no mundo todo. Aconteceu neste domingo em Barcelona, região da Catalunha, a última tourada. Proibido por lei, o evento sangrento não poderá se repetir na região da Catalunha, cuja capital é Barcelona, conhecida internacionalmente por suas touradas.
A indústria das touradas daquela região já começou um movimento para que elas voltem. É claro que os ativistas vão lutar para que isso não aconteça. Quando poderemos comemorar o último rodeio do Brasil?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ação contra Belo Monte leva Judiciário a discutir direitos da natureza






Ação contra Belo Monte leva Judiciário a discutir direitos da natureza

Ministério Público Federal defende que animais, florestas e rios têm direitos intrínsecos. Por isso, não podem ser meros instrumentos para a humanidade
Por: João Peres, Rede Brasil Atual

Pelo menos dez etnias indígenas vivem em áreas próximas ao rio Xingu. Promotores querem fazer valer direitos dessas comunidades previstos pela Constituição e cobram discussão ambiental (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil - arquivo)

São Paulo – Uma ação em curso no Judiciário brasileiro pode ampliar a maneira como se enxerga a natureza. O Ministério Público Federal no Pará tenta mostrar que rios, florestas e animais têm um valor em si, e não devem ser vistos como simples instrumentos para o crescimento econômico. A noção, nova para boa parte da sociedade brasileira, foi apresentada em mais uma das contestações à construção da hidrelétrica de Belo Monte, entre Altamira e Vitória do Xingu, ambas no Pará.

Os procuradores baseiam-se no artigo 225 da Constituição de 1988, que afirma que todos têm direito ao "meio ambiente ecologicamente equilibrado". No papel, é mais um caminho encontrado para tentar barrar a construção da maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A construção é alvo de protestos no Brasil e no exterior por conta dos efeitos nocivos que deve provocar, como deslocamento de populações indígenas e ribeirinhas e o desmatamento de áreas intocadas da Amazônia.

"A ideia do Ministério Público ao propor essa ação é que o Judiciário fixe um vetor de interpretação para esse dispositivo", explica Daniel Avelino, procurador da República no Pará e um dos responsáveis pela ação apresentada neste mês. "Até quando o direito à natureza vai ser preservado pela Constituição face a esses empreendimentos que estão sendo feitos na Amazônia?"

Na prática, se a interpretação defendida pelos procuradores for endossada pela Justiça na avaliação do caso, haveria um alargamento do horizonte do Judiciário brasileiro – e, de certa forma, da sociedade como um todo – sobre o papel da natureza no mundo. A linha de argumentação transita entre a ética e o Direito ambientais, campos que se desenvolveram tardiamente no Brasil em comparação a nações como Estados Unidos e Austrália.

Debate
Ao longo do tempo, surgiram duas linhas de pensamento. De um lado, uma visão antropocêntrica, ou seja, o ser humano ao centro, que reconhece a necessidade de preservar a natureza por se tratar de um instrumento fundamental à continuidade do atual sistema. De outro, a visão ecocêntrica, que reconhece na natureza um valor intrínseco, com funções e existência próprias, independentes das necessidades de mulheres e homens.

"O Ministério Público tenta colocar no âmbito da discussão judicial esta questão para que, se vier a ser acatada, forme precedentes para decisões futuras", justifica Ana Maria de Oliveira Nusdeo, professora da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).

Para a especialista em Direito ambiental, o fato de a Constituição manifestar uma visão abertamente antropocêntrica ao enxergar o meio ambiente como um direito dos brasileiros, e não um sujeito de direitos em si, não é impedimento para que se avance no entendimento do papel da natureza. "O sentido da interpretação que se dá às normas constitucionais pode ir se transformando ao longo do tempo." Como reconhecem os próprios procuradores, não se trata de mergulhar em um "ecocentrismo profundo", mas de passar de uma visão antropocêntrica "utilitária" para outra de corte "alargado".

Avanços
O Equador foi a nação que caminhou mais longe até hoje no reconhecimento da natureza como um sujeito de direitos. A nova Constituição, promulgada em 2008, dedica um capítulo inteiro ao assunto, e predomina a visão de que a Pacha Mama, ou a Mãe Terra, tem "direito a que se respeite integralmente sua existência e manutenção e regeneração de seus ciclos vitais, estrutura, funções e processos evolutivos". Ou seja, os direitos humanos, individuais ou coletivos, não se sobrepõem aos direitos das demais comunidades existentes no planeta.

Os cinco artigos indicam que os cidadãos devem exigir do Estado o cumprimento de tais prerrogativas. A visão é de que a natureza é protegida pelo Direito da mesma maneira que ocorre com crianças, por exemplo, que podem gozar dos preceitos constitucionais, mas não têm condições de exigir o cumprimento dos mesmos. "Ainda estamos em tempo para que nossas leis reconheçam o direito de um rio a fluir, proíbam os atos que desestabilizem o clima da Terra, e imponham o respeito ao valor intrínseco de todo ser vivo", defendeu, em artigo, Alberto Acosta, que presidiu a Assembleia Nacional Constituinte do Equador.

O preceito constitucional se associa ao conceito do "bem viver" das comunidades originárias americanas de uma convivência harmoniosa e integrada entre natureza e seres humanos. É este o caminho que o Ministério Público Federal no Pará quer fazer valer ao evocar o artigo 225 da Constituição brasileira, indicando que o princípio do reconhecimento respeitoso já está manifesto no conjunto de normas promulgado em 1988.

Diferentemente do que acontece no Equador, o Judiciário brasileiro precisaria estabelecer um parâmetro que norteie o modelo de país que se deseja, o que passa por assegurar às futuras gerações o direito a um meio ambiente equilibrado. "Belo Monte tem de ser colocado em conjunto com o plano energético nacional, com outros empreendimentos ventilados para a Amazônia. É preciso conciliar a necessidade energética e a preservação do meio ambiente sempre adotando uma alternativa que seja mais eficiente", defende Avelino.

Para os procuradores, Belo Monte se constitui em uma obra de efeitos pífios em termos de geração de energia, e de deletérias consequências à vida na Amazônia. Eles se baseiam nos estudos apresentados pelo Painel de Especialistas a respeito para indicar que apenas a repotenciação de antigas turbinas de hidrelétricas e a troca das linhas de transmissão valeriam, respectivamente, duas vezes e meia e duas vezes o potencial energético da usina do Pará.

Além disso, a construção deve afetar diretamente a Volta Grande do Rio Xingu, uma das regiões tidas pelo Ministério do Meio Ambiente como das mais ricas do Brasil em biodiversidade. A pesca, traço cultural fundamental dos povos indígenas, será comprometida por mudanças no curso e na vazão de água do rio, segundo defensores dos direitos dessas comunidades. Sem meio de subsistência, elas podem ser levadas a deixar suas terras.

Um eventual deslocamento é possibilidade vedada pela Constituição nacional. Com tudo isso, para o Ministério Público Federal, não há compensação financeira que seja suficiente para dirimir os impactos provocados por Belo Monte, já que parte das riquezas naturais seria descaracterizada e afetada de modo irreversível.

Mesmo sem saber se o Judiciário dará respaldo a esta visão, os procuradores enxergam na questão um preceito comparável à abolição da escravatura. A analogia, segundo explicam, é que, em um primeiro momento, causa estranheza falar em direitos da natureza. Mas a aposta é de que, em alguns anos, a questão será tratada com normalidade.

Para Ana Maria de Oliveira Nusdeo, é hora de testar se já há abertura para essa visão. "Não sei em que medida vai se cruzar a fronteira para entender o meio ambiente como um sujeito de direitos, algo que tem seu próprio valor, um valor intrínseco. Acho que a tendência é se patinar um pouco conceitualmente. Pode ser um caso interessante para ver como a jurisprudência vai receber este argumento e respaldá-lo ou não."

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2011/08/natureza-pode-ter-direitos-reconhecidos-pelo-judiciario

As péssimas condições dos animais nos rodeios - CBN






As péssimas condições dos animais nos rodeios - CBN

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Caso do Bezerro na Festa de Barretos - suspeita de quebra na coluna cervical

Posted: 22 Aug 2011 07:07 AM PDT
A sequência abaixo foi publicada pelo UOL (veja aqui
), que patrocina a Festa do Peão de Barretos 2011. Veja abaixo:

Do G1
| Animal foi machucado por competidor durante prova na Festa do Peão. Suspeita é que bicho tenha quebrado a coluna cervical.
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal deve entrar na Justiça contra a realização da prova chamada bulldog, uma das atrações da Festa do Peão de Barretos, no interior de São Paulo, após um bezerro ter sido sacrificado em decorrência de um ferimento na competição.
O bezerro ficou paralítico durante a prova na arena no fim da noite de sexta-feira (19). Na modalidade, o competidor salta em cima do animal e com os braços tem que imobilizá-lo. A suspeita é que bezerro tenha quebrado a coluna cervical nesse momento.
De acordo com a presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Sônia Fonseca, “o departamento jurídico da instituição está analisando a ocorrência e poderá entrar com uma ação na Justiça contra a realização desta prova brutal, que imobiliza o animal em movimento”. Há quatro anos, o fórum já havia entrado com uma ação para a proibição da prova de laços.
Segundo a assessoria do evento, o competidor executou os procedimentos para a prova de bulldog e depois que terminou foi verificado que o bezerro ficou imóvel na arena. Os veterinários constataram que a paralisia havia evoluído. O animal foi, então, sacrificado, o que, segundo a assessoria do evento, é o procedimento normal nessas ocasiões.




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

LOBO REPÓRTER: Tortura de elefantes na Ásia








LOBO REPÓRTER: Tortura de elefantes na Ásia: "Eu me lembro a primeira vez que eu ouvi a expressão ‘break a horse’ – literalmente ‘quebrar um cavalo’. É uma expressão forte, que c..."

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ariel, mais um anjo no céu



Ariel morreu na última quarta-feira dia 27 de julho/11


Ariel, o leão paralítico que provocou uma campanha na internet para arrecadar dinheiro para seu tratamento foi cremado neste domingo em São Bernardo do Campo (SP). Ariel morreu na quarta-feira devido a uma doença degenerativa autoimune que sofria.
A cremação ocorreu por volta das 15h no crematório especializado Pet Memorial. Cerca de 15 pessoas - muitos curiosos - foram acompanhar a cremação, mas deixaram o local quando os criadores do animal chegaram.
Segundo a médica veterinária Livia Pereira Teixeira, a causa da morte do leão foi a progressão da doença degenerativa autoimune que ele sofria. "Após uma parada cardiorespiratória, tentamos por cerca de meia
hora reanimá-lo, mas ele não resistiu", informou Lívia.
Campanha na web
O leão Ariel, que vivia com cuidados especiais em um canil na cidade de Maringá (PR), nasceu em 2008 e ganhou fama ao aparecer na TV, vivendo em um sítio de uma família local. Ele também comoveu internautas na web, conseguindo apoio de milhares de pessoas em comunidades virtuais.
As redes sociais contribuíram para sensibilizar e estimular as doações ao tratamento do leão, que, de acordo com a dona do animal Raquel Borges, desde o fim do ano passado até então havia custado cerca de R$ 18 mil. O financiamento do tratamento era feito com doações arrecadadas através de organizações simpatizantes.
Até semana anterior à morte do animal, cerca de 60 mil pessoas já haviam manifestado apoio à comunidade "Ajuda ao Leão Ariel" no Facebook. Ariel foi levado a São Paulo para ser submetido a uma cirurgia.